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Key findings
  • A saúde, o desemprego, a escassez de alimentos e o abastecimento de água são os problemas mais importantes que os jovens angolanos (com idades entre os 18 e os 35 anos) querem que o seu governo resolva.
  • Em média, os jovens angolanos têm mais escolaridade do que os seus mais velhos. Mais de seis em cada 10 jovens (63%) têm o ensino secundário ou universitário, em comparação com 51%, 43% e 27% das coortes progressivamente mais velhas.
  • Mas os jovens também têm maior probabilidade de estar desempregados: Dois terços (67%) dos jovens angolanos dizem que estão à procura de emprego, em comparação com 33%-52% dos inquiridos mais velhos.
  • Mais de metade (52%) dos jovens descreve as suas condições de vida pessoais como "razoavelmente más" ou "muito más. ”
  • Apenas um em cada 10 jovens avalia positivamente os esforços do governo para criar emprego (10%) e melhorar o nível de vida dos pobres (11%).
  • Apenas cerca de três em cada 10 jovens inquiridos aprovam o desempenho profissional do Presidente João Lourenço (33%) e do seu deputado na Assembleia da Nacional (28%).
  • Os jovens angolanos têm menos probabilidades do que os seus mais velhos de votar nas eleições, contactar os líderes tradicionais e participar em reuniões comunitária.

A população angolana é surpreendentemente jovem: Três quartos (75%) dos seus 34 milhões de habitantes têm menos de 30 anos de idade e apenas 3% têm mais de 65 anos (Instituto Nacional de Estatística, 2016).

O governo dá prioridade às necessidades da juventude?

Angola ocupa o 166º lugar entre 181 países no Índice Global de Desenvolvimento da Juventude, ficando atrás dos seus vizinhos da África Austral nos seus esforços para promover a educação, o emprego, a saúde, a igualdade, a inclusão, a paz, a segurança, a participação política e cívica dos jovens (Commonwealth, 2020; Business Weekly, 2021).

Os jovens angolanos enfrentam desafios particulares numa economia em dificuldades e com uma elevada taxa de desemprego, exacerbada pela pandemia da COVID-19 (Rodrigues, 2022). Uma seca severa em 2022 agravou a insegurança alimentar e as condições de vida, acrescentando à lista de desafios que impedem o desenvolvimento da juventude (Fundo das Nações Unidas para a População, 2023).

O governo angolano afirmou o seu compromisso de criar oportunidades de emprego e formação para os jovens, em linha com a visão do Plano Nacional da Juventude de incluir a população jovem no desenvolvimento económico, político, social, económico e cultural do país (Ver Angola, 2023; African Network of Youth Policy Experts, 2017). Num movimento que afirmou a importância das vozes dos jovens, o Ministério da Juventude e Desportos lançou um serviço de mensagens que permite aos jovens fazer ouvir as suas vozes relativamente aos desafios que os preocupam (Fundo das Nações Unidas para a População, 2020). Mais recentemente, a Assembleia Nacional aprovou uma resolução para a ratificação pelo país da Declaração sobre o Desenvolvimento e o Empoderamento da Juventude na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, com especial destaque para as mulheres jovens, os jovens com deficiência e os jovens rurais (Angop, 2024).

A pesquisa da Ronda 9 do Afrobarometer em Angola, realizado em 2022, fornece dados da situação da juventude no país. Os resultados da pesquisa mostram que os jovens angolanos têm mais educação do que os seus mais velhos, mas também são mais propensos a estar desempregados. A saúde, o desemprego, a insegurança alimentar e o abastecimento de água estão no topo da lista dos problemas mais importantes que a juventude angolana quer que o seu governo resolva.

Menos de quatro em cada 10 jovens aprovam a forma como o presidente e os deputados têm desempenhado as suas funções. Apesar de serem em grande número, os jovens angolanos têm menos probabilidades do que os seus mais velhos de participar em algumas actividades políticas e cívicas potencializadoras de mudança, como votar nas eleições.

Asafika Mpako

Asafika is the communications coordinator for Southern Africa

Carlos Pacatolo

Carlos Pacatolo is the national investigator for Angola.