- Mais de metade dos Cabo-verdianos (56%) é de opinião que “às vezes” o “sempre” se justifica o uso da força física por parte dos pais para disciplinar os seu filhos, enquanto 44% acreditam que “nunca” se justifica. Cidadãos com muita pobreza vivida (66%), mulheres (59%), e residentes no meio urbano (59%) são aqueles que em maior proporção defendem o uso da força física nessas circunstâncias (Figura 1).
- Para a maioria (59%) dos Cabo-Verdianos é frequente nas suas comunidades os adultos usarem força física para disciplinar as crianças. Esta prática afigura-se mais frequente no meio urbano, 61% contra 55% no meio rural, entre as famílias mais pobres (71%, contra 56% entre aqueles sem pobreza vivida). Nota-se também que são os jovens aqueles que em maior proporção afirmam que acontece frequentemente, com 71% entre os indivíduos na faixa etária entre os 18 a 25 anos, contra 54%-59% entre os mais velhos (Figura 2).
- Para metade (51%) dos Cabo-Verdianos não é nada frequente as crianças sofrerem abusos, maltratos ou serem negligenciadas nas suas comunidades (Figura 3). ▪ Menos de metade (48%) dos Cabo-verdianos acham que o governo está a gerir “razoavelmente bem” o “muito bem” o sector encarregue de proteger e de promover o bem-estar das crianças vulneráveis. Os mais críticos são as mulheres e jovens (Figura 4).
O uso da força física por parte dos pais para disciplinar as crianças ainda é uma prática bastante disseminada no seio das famílias Cabo-verdianas, revela uma pesquisa recente do Afrobarometer.
Mais da metade dos cidadãos endossa a prática, de acordo com os resultados da pesquisa, embora uma proporção considerável dos cidadãos consideram que o uso de violência nestes casos não se justificam.
A maioria dos Cabo-verdianos diz que o abuso infantil e a negligência não são ocorrências frequentes nas suas comunidades, mas cerca de metade diz que as crianças fora da escola são um problema comum.
Segundo a pesquisa, os Cabo-verdianos mostram-se divididos sobre o desempenho do governo na proteção e promoção do bem-estar de crianças vulneráveis.
Metade das crianças do mundo, ou aproximadamente 1 bilhão de crianças a cada ano, é afetada por violência física, sexual ou psicológica, sofrendo ferimentos, incapacidades e morte, porque os países não seguiram estratégias estabelecidas para protegê-las, de acordo com um relatório recente das agências das Nações Unidas.