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Key findings
  • Entre os 33 países, grandes maiorias dos cidadãos Africanos mostram uma elevada tolerância a pessoas de grupos étnicos diferentes (91%), a pessoas de religiões diferentes (87%), aos imigrantes (81%) e a pessoas portadoras de HIV/SIDA (68%).
  • Os níveis de tolerância são particularmente elevados em regiões e países que são étnica e religiosamente diversos, sugerindo que a experiência é um factor importante para incutir uma atitude de tolerância entre os cidadãos Africanos.
  • Similarmente, a tolerância para com pessoas portadoras de HIV/SIDA é mais elevada em países com elevada prevalência do HIV/SIDA, fornecendo mais evidência que a intolerância e a estigmatização podem ser desaprendidas através de encontros pessoais.
  • No entanto, a grande maioria dos cidadãos Africanos são intolerantes em relação aos cidadãos homossexuais. Entre os 33 países, uma média de 78% dos inquiridos dizem que "não gostariam nada" ou "não gostariam tanto" de terem um vizinho homossexual.
  • Mas nem toda a África é homofóbica. A maioria em quatro países (Cabo Verde, África do Sul, Moçambique e Namíbia) e mais de quatro em cada 10 cidadãos em três outros países gostariam ou não se importariam de ter vizinhos homossexuais.

Os académicos têm argumentado que a tolerância é “a endorfina do corpo político democrático,” essencial para o livre intercâmbio político e cultural (Gibson & Gouws, 2005, p. 6). Seligson e Morino-Morales (2010, p. 37) reflectem esta opinião quando afirmam que uma democracia sem tolerância pelos membros de outros grupos é “fatalmente imperfeita.”

Nesta edição, apresentamos novos dados sobre a tolerância em África provenientes da 6º Ronda de inquéritos do Afrobarómetro, em 33 países, durante 2014/2015. Embora África seja frequentemente descrita como um continente de divisão e intolerância étnica e religiosa, as conclusões mostram elevados graus de aceitação para com pessoas de diferentes grupos étnicos, pessoas de diferentes religiões, imigrantes e pessoas portadores de VIH/SIDA (PVVS). A proximidade e o contacto frequente com diferentes tipos de pessoas parecem aumentar a tolerância, conforme sugerido pelos níveis mais elevados de tolerância em países mais diversificados e uma forte correlação entre aceitação de PVVS e as taxas nacionais de prevalência de VIH/SIDA.

A principal excepção à elevada tolerância de África é a sua atitude fortemente negativa em relação aos homossexuais. No entanto, apesar do discurso sobre a homossexualidade ter frequentemente pintado África como uma caricatura da homofobia, os dados revelam que esta intolerância não é universal: Pelo menos metade dos cidadãos de quatro países Africanos dizem que não se importariam ou, gostariam de ter vizinhos homossexuais.

Um índice de tolerância baseado em cinco indicadores de tolerância menciona a educação, proximidade e exposição aos meios de comunicação social como os principais catalisadores do aumento da tolerância no continente Africano. Isto é consistente com a literatura sobre socialização que sugere que as atitudes e os valores não são imutáveis. Eles podem ser aprendidos e desaprendidos.

Boniface Dulani

Boni is the director of surveys at Afrobarometer

John Kewaza

John Martin Kewaza is a researcher for Hatchile Consult.<br />

Kim Yi Dionne

Kim Yi Dionne is Five College Assistant Professor of Government at Smith College.