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A corrupção impede o desenvolvimento económico, político e social da África. É um grande obstáculo para o crescimento económico, uma boa governação e liberdades básicas, tais como a liberdade de expressão e o direito dos cidadãos de exigirem que os seus governos prestem contas.

Mais do que isso, a corrupção afeta o bem-estar de indivíduos, famílias e comunidades. Embora varie bastante entre países e instituições públicas, a corrupção prejudica centenas de milhões de cidadãos ao minar as suas oportunidades de um futuro estável e próspero. Esta décima edição do Barómetro Global da Corrupção – África mostra que a gama de desafios referentes à corrupção que os cidadãos africanos enfrentam é complexa e multifacetada, portanto, exige mudanças fundamentais e sistémicas. Esta edição também destaca que embora a maioria das pessoas abordadas sinta que a corrupção aumentou no seu país, a maioria também acredita que elas, como cidadãos, podem fazer a diferença no combate à corrupção.

Eventos recentes na Gâmbia mostram como os cidadãos podem exercer um papel fundamental na realização destas mudanças. Os cidadãos da Gâmbia exigiram uma maior integridade do governo, forçando os líderes políticos a responderem e a fortalecerem as estruturas nacionais de combate à corrupção. O regime autocrático do Presidente Jammeh foi derrubado, e há sinais encorajadores de que a opacidade, a repressão e a violação dos direitos básicos que marcaram o seu governo estão a ser lentamente revertidas. Atores não africanos também exercem um papel considerável no fomento da prática de corrupção em África e no desvio de recursos críticos que deveriam ser usados em serviços públicos essenciais. Empresas estrangeiras continuam a subornar funcionários públicos em todo o continente para obter vantagens injustas durante os processos de contratação e para assegurar acordos superfacturados ou que não geram benefícios reais. Quando o dinheiro que deveria ser usado para financiar serviços essenciais, tais como saúde e educação, é levado para fora do país devido à corrupção, os cidadãos comuns são os que mais sofrem.