Skip to content
Key findings
  • Quase metade (45%) dos Angolanos disse que a seca se tornou mais severa na sua região nos últimos 10 anos. Um terço (33%) disse ter acontecido o mesmo com as cheias.
  • Menos de metade (46%) dos Angolanos afirmou ter ouvido falar das alterações climáticas. Entre os que têm consciência sobre as alterações climáticas:
  • A maioria (56%) dos cidadãos disse que as alterações climáticas estão a agravar as condições de vida dos Angolanos.
  • Mais de seis em 10 afirmou que os cidadãos ordinários podem ajudar na limitação das alterações climáticas (63%) e o governo deve tomar acções imediatas para limitar as alterações climáticas (61%), mesmo que seja oneroso, provoque desemprego, ou retire recursos da economia.
  • Apenas uma pequena minoria disse que o governo (10%), comércio e indústria (12%), países desenvolvidos (16%) e cidadãos ordinários (21%) estão a fazer bastante esforço para lutar contra as alterações climáticas.

O aumento do nível das águas do mar ameaça as áreas costeiras de Angola, onde vive quase metade da população. A seca e as cheias ameaçam o sector agrícola, que emprega 85% dos adultos angolanos. Uma maior exposição as doenças, a escassez de água e a insegurança alimentar representam uma ameaça para todos os Angolanos (USAID, 2018; World Bank Group, 2022).

Estes e outros impactos projectados das alterações climáticas colocam Angola entre os países mais vulneráveis e menos preparados do mundo, posicionando-se na posição 154o entre 182o países no Indece Global Notre Dame de Inciativas de Adaptação dos Países (Notre Dame Global Adaptation Initiative’s Country Index 2020).

As medidas do governo para enfrentar as alterações climáticas incluem a criação do Comitê Nacional sobre Alterações Climáticas e Biodiversidade em 2012 e um Escritório de Alterações Climáticas no Ministério do Meio Ambiente em 2014. Um conjunto de planos e programas nacionais procuram integrar a adaptação às alterações climáticas nas estratégias nacionais de desenvolvimento (Grupo Banco Mundial, 2022; USAID, 2018.). O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2022) informa que o mais recente plano nacional do clima de Angola encurta em cinco anos o prazo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e delineia ações de mitigação e adaptação em todos os sectores.

Este dispatch relata um modulo especial incluído no questionário da Ronda 9 do Afrobarometer para explorar as experiências e percepções dos Angolanos sobre as alterações climáticas.

Os resultados revelam que menos de metade dos Angolanos já ouviram falar das alterações climáticas, incluindo apenas um em cada quatro residentes rurais. A maioria dos que estão conscientes das alterações climáticas dizem que estão a piorar as condições de vida em Angola. A consciência sobre as alterações climáticas em geral e do seu impacto negativo aumenta acentuadamente com o nível de educação dos cidadãos.

Entre aqueles familiarizados com as laterações climáticas, a grande maioria diz que o governo, as empresas e a indústria, países desenvolvidos e os cidadãos comuns precisam fazer mais para combate-la.

Kelechi Amakoh

Data analyst for Afrobarometer and a PhD student in the Department of Political Science, Michigan State University.