- Cerca de nove em cada 10 Cabo-Verdianos (91%) consideram que o governo vai mal/muito mal no combate à inflação, praticamente a mesma proporção registada em 2022. De uma forma geral o governo é avaliado negativamente na gestão da economia, com dois em cada três cidadãos (66%) a assumir que o governo vai mal/muito mal (Figura 1).
- Aproximadamente oito em cada 10 Cabo-Verdianos (83%) afirmam que o governo vai mal/muito mal no combate à criminalidade. As maiorias também atribuem notas baixas ao governo no combate à corrupção (68%), melhorar os serviços básicos de saúde (67%), fornecer serviços de água e saneamento (58%) e satisfazer as necessidades educacionais (53%) (Figura 2).
- A maioria (55%) dos Cabo-Verdianos aprova o desempenho do presidente da República no exercício das suas funções, registando uma queda de 17 pontos percentuais face a 2022. O primeiro ministro notou também uma quebra na aprovação do seu desempenho, de 60% a 47%. A Assembleia Nacional, instituição com a classificação de desempenho mais baixa entre as instituições eleitas, viu o seu desempenho aprovado por 39% dos Cabo-Verdianos, uma queda de 8 pontos percentuais face a 2022 (Figura 3).
- O desemprego (citado por 55% dos entrevistados) continua a ser o problema mais importante que os Cabo-Verdianos querem que o seu governo resolva, como tem acontecido em todos os inquéritos do Afrobarómetro realizados em Cabo Verde desde 2002. A saúde vem em segundo lugar (51%) , seguido por crime e segurança (48%) (Figura 4).
Todas as áreas de governação foram avaliadas negativamente pelos Cabo-Verdianos. Comparativamente ao ano de 2022, a proporção dos que avaliam negativamente o desempenho do governo aumentou nas áreas sociais e diminuiu ligeiramente na área económica, mas continua elevado, revela uma pesquisa recente do Afrobarometer.
O combate à inflação e a redução da diferença entre os ricos e pobres continuam a serem apontadas como as áreas mais críticas do governo no sector económico, seguidas de perto pelo fracasso de criar empregos. Na área social, a redução do crime, a prevenção de conflitos violentos e a luta contra a corrupção no governo são as três áreas em que os Cabo-Verdianos apontam as sua maiores insatisfações com o desempenho do governo.
Todas as instituições eleitas sofreram uma queda na avaliação do seu desempenho comparativamente a 2022. Segundo os cabo-verdianos, o desemprego continua a ser considerado o principal problema do país, seguido de muito perto pela saúde que ocupa a segunda posição no ranking dos maiores problemas do país, ultrapassando o crime e a segurança que foram relegados para a terceira posição.
Após a crise causada pela pandemia da COVID-19 e, pelos efeitos nefastos da guerra na Ucrânia, a economia cabo-verdiana que é fortemente influenciada pelos fatores externos, ainda não recuperou suficientemente e o nível do crescimento tem sido lento, afetando sobretudo as camadas vulneráveis.