- A maioria (58%) dos Cabo-verdianos dizem que a violência contra as mulheres e raparigas é “pouco comum” ou “nada comum” nas suas comunidades, mas 38% discordam (Figura 1).
- Regista-se uma grande diferença entre os residentes nas zonas urbanas e rurais, com 43% entre os primeiros a afirmar que é comum, contra 26% nas zonas rurais. Essa diferença é significativa também entre os indivíduos sem nenhuma escolaridade formal, com 45% a assumir que é comum na sua zona, contra 35% entre aqueles que possuem o nível pós-secundário.
- Constitui praticamente uma unanimidade entre os Cabo-verdianos com 97% a defender que não se justifica nunca os homens usarem a força física contra as suas esposas se elas fizerem algo que eles não gostam ou pensam que é errado (Figura 2).
- A maioria (80%) dos Cabo-verdianos acreditam que se uma mulher das suas comunidades for à polícia para fazer uma denúncia por ter sido vítima de violência baseada no gênero, é muito provável que o caso seja tomado seriamente pela polícia (Figura 3).
- Oito em cada 10 Cabo-verdianos (80%) disem que a violência doméstica é uma questão criminal cuja resolução completa requer o envolvimento de agentes de aplicação da lei, ao invés de um assunto de forum privado que deve ser tratado e resolvido no seio da família (Figura 4).
- As percepções de violência doméstica como uma questão criminal são um pouco mais comuns entre as mulheres (82%, contra 78% os homens), entre os mais escolarizados (95%, contra 73% entre aqueles sem nenhuma escolaridade) e entre os sem pobreza vivida (88%, contra 75% entre aqueles na situação de muita pobreza vivida).
Não obstante o fato de metade dos Cabo-verdianos dizem que não é comum os homens usarem violência contra as mulheres e meninas, a maioria indicarem a violência baseada no género (VBG) como a questão mais importante relacionada aos direitos e igualdade das mulheres que deve ser abordada pelo governo e pela sociedade, revela uma pesquisa recente do Afrobarometer.
A imensa maioria é de opinião que “nunca se justifica” os homens usarem sua força física para disciplinar suas esposas e que a violência doméstica é uma questão criminal cuja resolução completa requer o envolvimento de agentes de aplicação da lei.
Dados oficiais recentemente publicados pela Polícia Nacional indicam que o número de denúncias de VBG aumentou cerca de 23% em 2022. A presidente do Instituto Cabo- verdiano para a Igualdade e Equidade de Género apelou às vítimas para denunciarem os casos de VBG.