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News release

Os Cabo-verdianos se preocupam com os cuidados de saúde e avaliam negativamente o desempenho do governo no setor

23 Apr 2025 Cabo Verde
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Comunicado de imprensa
Key findings
  • Quase metade (47%) dos Cabo-verdianos que procuraram assistência médica numa clínica ou num hospital público durante o ano anterior reclamam dificiculdade em obter a assistência médica de que necessitavam. As reclamações são particularmente comuns entre moradores urbanos (50%) e mulheres (49%) (Figura 1).
  • Quase quatro em cada 10 Cabo-verdianos (37%) afirmam estar desprovidos de qualquer cobertura de assistência médica que os ajude a pagar as suas despesas médicas caso fiquem doentes. Esta dificuldade é especialmente comum entre os homens (43%, contra 33% entre as mulheres), muitos jovens (48% com a idade compreendida entre os 18 a 25 anos, vs 29% dos indivíduos com 56 anos e mais), com baixos níveis de escolaridade (33% entre os indivíduos sem nenhuma escolaridade, vs 25% entre os detentores do ensino pós-secundário) e sem pobreza vivida (32%, vs 39% entre aqueles com baixa e moderada pobreza vivida) (Figura 2).
  • A incapacidade em pagar um seguro de saúde é apontada com a principal razão para não ter uma cobertura de assistência médica, com 37% de resposta (Figura 3).
  • A maioria (80%) dos Cabo-verdianos dizem que se preocupam “de alguma forma” ou “muito” que eles ou um membro da família não consigam obter ou pagar os cuidados médicos necessários se ficarem doentes, além de 9% que dizem se preocupar "um pouco." Apenas 11% dizem não se preocupar nem um pouco (Figura 4).
  • O governo é avaliado negativamente na gestão do setor da saúde, com dois em cada três Cabo-verdianos (67%) a considerar que está a manejar “razoavelmente” ou “muito” mal a melhoria dos serviços básicos de saúde. Os mais críticos nas suas avaliações são os residentes das zonas urbanas (70%), com muita pobreza vivida (76%), mais jovens (70%) e mais instruídos (72%) (Figura 5).

A maioria dos Cabo-verdianos afirma estar preocupada com a impossibilidade de obter ou  pagar cuidados medicos e que o governo está a fazer um mau trabalho na melhoria dos  serviços básicos de saúde, revela uma pesquisa recente do Afrobarometer. 

Uma parte expressiva dos cidadãos cabo-verdianos não dispõe de qualquer tipo de  cobertura de assistência médica que o ajude a pagar as suas despesas médicas se ficar  doente. A principal razão apontada para não ter esta cobertura deve-se ao fato de não  poderem pagar um seguro de saúde.  

Entre os que procuram atendimento numa unidade de saúde pública, quase metade  afirma ter tido dificuldades em obter os cuidados necessários.  

Os fortes e sucessivos investimentos do governo no setor de saúde no período pós independência, disponibilizando serviços gratuítos a todos os cidadãos, constituiu-se numa  importante conquista dos Cabo-verdianos. De uns anos para cá, introduziu-se uma taxa de  cobrança em vários serviços médicos nas estruturas públicas de saúde, ao mesmo tempo  que aumentou o tempo de espera para se conseguir uma consulta em várias  especialidades. Muitos cidadãos – especialmente os mais vulneráveis – ainda enfrentam  desafios persistentes para obter atendimento. Segundo o Ministro da Saúde Jorge  Figueiredo, uma das principais limitações prende-se com a insuficiência de recursos  humanos, incluindo especialistas.