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News release

Os Cabo-verdianos manifestam-se cada vez mais favoráveis à institucionalização da língua materna cabo-verdiana na qualidade de língua oficial

25 Apr 2023 Cabo Verde
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Comunicado de imprensa
Key findings
  • A proporção dos Cabo-verdianos que defendem a formalização do crioulo tal como o português aumentou em cerca de 13 pontos percentuais em relação a 2005 (Figura 1).
  • A defesa do crioulo é mais expressiva entre os inquiridos com maior nível de pobreza (72%) do que entre aqueles sem pobreza vivida (57%). De realçar ainda que os mais jovens são aqueles que concordam em maior proporção na oficialização da língua crioula ao lado do português, com 71%, contra 60% entre aqueles com 56 e mais anos (Figura 2).
  • Pouco mais de metade (53%) dos Cabo-verdianos são de opinião que o governo tem criado pouca ou nenhuma condição adequada para promover a elevação do crioulo como língua oficial tal como o português, ao contrário de 36% que defendem que criou alguma/muita condição (Figura 3).
  • Aproximadamente oito em cada 10 Cabo-verdianos (78%) “concordam” ou “concordam fortemente” que o crioulo deve ser ensinado como disciplina obrigatória em todas as escolas de Cabo Verde (Figura 4).
  • Uma proporção ligeiramente menor (72%) dos Cabo-verdianos também manifesta a sua concordância com a afirmação de que o crioulo deve ser usado como meio oficial de instrução em todas as escolas de Cabo Verde.

A propensão em aceitar o crioulo como língua oficial tal como o português vem crescendo junto dos Cabo-verdianos de todas as faixas etárias, e é particularmente forte entre os jovens na faixa etária entre os 18 a 25 anos de idade, revela uma pesquisa recente do Afrobarometer.

Os Cabo-verdianos residentes nas zonas rurais tendem praticamente na mesma proporção que nas zonas urbanas a defender como justa a formalização do crioulo como língua oficial tal como o português. Por outro lado, assinala-se uma maior aceitação do crioulo na qualidade de língua oficial tal como o português junto dos homens, do que entre as mulheres.

Comemorou-se recentemente mais um dia alusivo à língua materna instituída em 1999 pela UNESCO, com a presidente da Associação da Língua Materna Cabo-verdiana a defender “a urgência para a oficialização da língua Cabo-verdiana, ciente de que terá impactos no desenvolvimento e na auto-estima das pessoas, sobretudo no campo educativo” e critica a discrepância do crioulo quando comparado com a língua portuguesa.