- Cerca de dois em cada três Cabo-Verdianos (64%) dizem ter considerado emigrar, um aumento de 7 pontos percentuais face a 2017. Quatro em cada 10 (40%) dizem ter pensado “muito” na emigração (Figura 1).
- O interesse em possivelmente emigrar é particularmente comum entre os jovens cidadãos, atingindo 76% entre os entrevistados com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos, e entre os desempregados à procura de emprego (82%) (Figura 2). Nem mesmo os trabalhadores a tempo inteiro ficam de fora, com 75% a afirmar que já consideraram emigrar. Os homens são mais propensos do que as mulheres a indicar interesse em deixar o país (70% vs. 59%), assim como os residentes urbanos em comparação com os residentes rurais (65% vs. 60%) (Figura 2).
- As razões apontadas para justificar a vontade de emigrar tem a ver essencialmente com a procura de oportunidades de emprego, referenciada por 70% dos Cabo Verdianos, seguida pelas dificuldades económicas (15%) (Figura 3).
- A Europa continua a figurar-se como o destino de eleição dos Cabo-Verdianos com seis em cada 10 (61%) a indicar os países europeus, seguido pelos Estados Unidos da América, com 28% de referências (Figura 4).
A maioria dos Cabo-Verdianos afirma ter considerado mudar-se para outro país, incluindo quatro em cada 10 que pensaram “muito” na emigração, revela um inquérito recente da Afrobarometer.
A proporção de cidadãos que pensaram na emigração aumentou face a 2017, ou seja, período anterior à crise provocada pela pandemia da COVID-19.
O desemprego, que os entrevistados identificam como o problema mais importante que o governo precisa de resolver, é também a principal razão pela qual os cidadãos estão a considerar a emigração.
Os países europeus, que acolhem a maioria dos Cabo-Verdianos que já emigraram, são os indicados como destinos preferenciais dos potenciais emigrantes, seguidos dos Estados Unidos da América, país com uma longa história de emigração cabo-verdiana.
Enquanto o mundo assinala o Dia Mundial das Migrações (18 de Dezembro), Cabo Verde continua a sua longa história como país marcado pela emigração. Nas últimas duas décadas, Cabo Verde enfrentou uma imigração dinâmica da população proveniente de países da sua sub-região africana e, mais recentemente, enfrentou uma emigração significativa dos seus jovens para Portugal.